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Estratégia do São Paulo para reagir à má fase é aposta de alto risco

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Famigerada ‘reunião’ entre diretoria e comissão técnica do Tricolor após goleada para o Vasco serviu para mudar algumas práticas

O São Paulo viveu o ponto mais baixo de sua temporada ao sofrer goleada do Vasco, de virada, por 4×1, há algumas semanas. Foi um vexame maior do que a eliminação no Paulistão para o Novorizontino e que preocupou a todos.

Nos Estados Unidos, o presidente Julio Casares deu declaração dizendo que esperava uma resposta imediata contra o Criciúma. Internamente, a diretoria e a comissão técnica se reuniram para alinhar alguns pontos e fazer mudanças de planejamento.

President of Sao Paulo Julio Casares celebrates defeating Palmeiras during the Brazilian Super Cup football final between Palmeiras and Sao Paulo a...
Photo by DOUGLAS MAGNO/AFP via Getty Images

Segundo a jornalista Priscila Senhorães, da TNT Sports, a cúpula tricolor entendeu que a estratégia para as quatro partidas sem vencer havia sido equivocada. Luis Zubeldía privilegiou trabalhos de recuperação aos treinos táticos em campo e rodou o elenco com receio de ‘estourar’ alguns jogadores. Além disso, controlou os minutos de quem atuou com mais frequência.

São Paulo muda rota e assume risco

Desde então, o argentino vem escalando o São Paulo com mentalidade diferente. Ele está repetindo o máximo que pode quem começa as partidas e, nos últimos três compromissos, fez apenas uma alteração nos XI iniciais de um jogo para outro.

E de maneira forçada, já que Luciano estava suspenso para o duelo com o Athletico-PR ontem (3) e Wellington Rato entrou em seu lugar. De resto, os titulares foram os mesmos contra Criciúma, Bahia e Furacão.

Vamos falar no português claro: a diretoria do São Paulo interferiu no trabalho de Luis Zubeldía e pediu para que ele fizesse as coisas do jeito dela, e não dele. Em tese, não há nada de errado – afinal, a diretoria precisa dirigir, este é o trabalho. Mas isso lembra um outro fatídico episódio do primeiro ano da gestão.

De acordo com a reportagem, os dirigentes pediram que Zubeldía usasse força máxima enquanto o Brasileirão é o único campeonato em disputa porque a tendência é o calendário piorar a partir de agosto, quando Libertadores e Copa do Brasil retornam.

Até o momento, essa estratégia vem dando certo. E não surpreende, porque continuidade costuma ajudar na formação de um time, uma identidade e uma maneira de jogar. Mas o problema é a médio/longo prazo: assim como no Paulistão em 2021, a diretoria decide focar no curto prazo e coloca em xeque o futuro nem tão distante.

Esta decisão pode, de fato, ajudar o Tricolor a somar pontos na Série A e conseguir uma gordura para depois, mas põe em risco o físico de quem entra em campo.

Luis Zubeldia head coach of Sao Paulo looks on during the match between Sao Paulo and Cuiaba at MorumBIS on June 19, 2024 in Sao Paulo, Brazil.
Photo by Ricardo Moreira/Getty Images

Para que serve o elenco?

O São Paulo, temporada após temporada, faz diversas contratações – muito mais do que deveria. Em 2024, finalmente conseguiu montar um elenco profundo e equilibrado, com peças de diferentes características em mais de um setor.

Mas de que adianta gastar dinheiro nestes jogadores se eles servirão apenas como reservas no Brasileirão quando a Copa do Brasil e a Libertadores voltarem? Na minha visão, há atletas de qualidade que podem contribuir em todas as frentes. Senão, não estariam em um clube com o tamanho do São Paulo.

Deixá-los de lado para forçar os titulares mesmo em sequências pesadas pode dar errado por dois motivos: tirar o ritmo de quem não joga e queimar quem não joga.

Está indo tudo bem por enquanto, mas e se Lucas sente outra lesão na coxa? O que acontece se Ferreira voltar a sentir os incômodos de antes? Calleri e Welington, que se matam sempre que entram em campo (sendo que o último sequer tem reposição)?

O fato de os rodízios na sequência de quatro jogos sem perder não terem dado certo não signifca que o problema é o rodízio. Zubeldía poderia testar outras combinações de jogadores e outras rotações no time para melhorar o quadro.

Torço para que não haja nenhuma baixa importante, mas não acho que este seja o melhor caminho.


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